março 06, 2009


O já desaparecido blogue KØNTRÅSTËS 2.0, inspirado numa ideia original de Luis Carmelo (blogue miniscente), iniciou uma edição chamada "conversas de café". Publicou assim um conjunto de conversas informais mantidas via e-mail com os mais diversos bloggers. O objectivo era conhecer um melhor o blogger que estava por detrás do/dos blogue/blogues.
Uma das convidadas, a "páginas tantas", fui eu.
Encontrei a entrevista por acaso, quando pesquisava e-mail antigo. Fui espreitar se ela estava ainda a navegar nas ondas da web. E encontrei-a no BlogDimension.com. Achei também que seria interessante arquivá-la no "Páginas". Por isso aqui fica:


1. Sabendo que a blogosfera é uma janela para a vida cibernética, como vê o fenómeno «blogue»?
Eu: Da melhor maneira possível. Ainda que nem tudo na blogosfera sejam rosas.
É um fenómeno de que não se esperaria um tal “boom”. Encontravam-se excessivos “diários” - em tempos que já lá vão - e ficava-se com a sensação de que disso não passaria.
Até que os blogues foram tomando novas formas, adoptando novos conceitos, e nem os políticos ficaram indiferentes.

2. Quando acede à blogosfera que tipo de blogues procura?
Eu: De início sentia-me um pouco perdida, até encontrar o circuito que mais me agrada, o dos bloggers poetas/escritores.
Também me agradam blogues em que existe alguma crítica social, escritos de forma atractiva e até algo irónica.


3. O que o levou a criar um blogue?
Eu: A ideia de poder “publicar” textos meus sem recorrer a editoras e sem ser cerceada por outros. A quase total liberdade de movimentos.


4. Que balanço faz da sua estadia na blogosfera e da blogosfera actual?
Eu: Positivo. Ainda que a blogosfera não seja inocente como uma criança, apesar do seu curto tempo de existência. Como em quase todos os fenómenos em que o ser humano é o principal actor, existe como que uma sociedade que se forma e que nem sempre é da melhor maneira. E o facto de a blogosfera permitir um aparente anonimato, traz ao de cima muito do lado mais sombrio das variadas personalidades que frequentam este meio.
Em suma, ainda que seja um fenómeno extremamente positivo, ainda está à espera de uma regulamentação legal criteriosa.


5. Acha que os blogues podem substituir a imprensa online?
Eu: De forma alguma. Embora os blogues nos dêem acesso a “ouvir” a opinião dos que estão a par, quer da imprensa online, quer da “imprensa de quiosque” ou da “imprensa televisiva”.
E isso acho extremamente interessante. É como se pudéssemos fazer parte de um imenso debate que envolve todos os que o desejarem.


6. Em que medida os blogues influenciam ou influenciaram a sua vida e/ou actividade profissional?
Eu: No meu caso, comecei por deixar assentar a poeira inicial. Depois “editei” os meus textos a meu gosto, o que foi extremamente lúdico. O prazer simples de “brincar” com algo novo.
Posteriormente acabei por escrever crónicas para um jornal e poder entrar num mundo que há muito desejava, o da possibilidade ou não, de editar um livro.
Tirar dúvidas ou fazer novos conhecimentos na área, sem a blogosfera, creio que teria sido quase impossível. Pelo menos ao ritmo a que tudo tem sucedido.
Profissionalmente deu-me a hipótese de pensar numa carreira alternativa, mais ligada à escrita. Como publicitária estou algo cansada de uma profissão que já não me traz grandes novidades nem grandes saídas.


7. O que faz um bom blogue?
Eu: Ora aí está uma pergunta que parecendo simples, é complexa.
No meu caso, também olho para o design do blogue, além do seu conteúdo. Obviamente defeito de profissão.
Se procuro um blogue de prosa, evidentemente que desejo um nível agradável de escrita.
Se gosto de ler algumas novidades políticas/vida gosto de blogues actuais, bem escritos e algo irónicos.
Por isso, essencialmente com um bom design e uma escrita atractiva. Além de uma capacidade de moderação (em relação aos comentários) criteriosa.
Se o blogue for excelente mas mal moderado, perde o interesse, porque existirá uma altura em que a barreira do bom senso será ultrapassada, inevitavelmente.


1 comentário:

alexandre disse...

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