fevereiro 17, 2004

Porque essa é a minha escolha...

Preciso, apenas, dos amigos dos outros...
Dos que não me estendem a mão.
Dos que são mais fáceis de julgar porque não são os meus amigos.
E no entanto precisaria desesperadamente
de quem que me desse a mão e dissesse:
Estou MESMO aqui.

Mas há muito que deixei de acreditar no todo,
Acredito, sim, nos olhares que não se trocam,
nos olhares que não se confundem.
Nos olhares que não se assustam quando o meu grito é imenso...
Porque, quantas vezes, a dor é muito mais profunda
que qualquer amigo possa entender.

Os amigos de café, esses que tomam um copo.
Sim, esses... nunca suportariam a dor constante em que alguns vivem.
Não foram feitos para a entender. (como os invejo...)
Deus dou-lhes outros desígnios...
E quem sou eu para atropelar os desígnios de Deus?

Apenas me recuso a enfrentar a rejeição de um olhar que não entende!
Estou cansada de fazer teatro, ser analisada.
De conseguir um posto vitalício num lote de amigos que me sorri...
e comenta que as ondas mostram
"que amanhã vai estar um dia de praia espectacular."

E eu olho e vejo nuvens escuras que ninguém vê...
Ou sombras na areia que não incomodam ninguém...
Sou tantas vezes o Ying e Yang de tudo.
Sou riso e choro, movimento e morte.
Mas sou tudo isso sem que me julguem,
sem que me abandonem depois.

Essa é a minha escolha, mesmo que lhe chames fuga!