fevereiro 22, 2004

De mim para ti...

E se te arrancasse dessa redoma, em que teimas em fechar-te?
Ao manteres-te aí, completamente afastado, assustas-me…
Vejo-me, do lado de fora, a olhar-te.
Um vidro imenso e frio, entre nós.
Respiro e a minha respiração cola-se ao vidro.
Durante milésimos de segundo, o vidro embaciado duplica as minhas mãos.
Depois, desaparece tudo… Como se eu nunca ali tivesse estado.
Sou aquilo que conheces. Uma pessimista.
Sou eu, sim, eu que por qualquer razão nunca conheceste antes.
Que por qualquer razão existo agora. Sou eu deste lado.
Tento gritar-te, quero que me oiças. No fundo sou só palavras.
Quero ser mais do que apenas palavras numa folha de papel sem cor.
Recuso ser um minuto a mais ou a menos do que sou.
Ainda não chegaste à minha idade…
Se soubesses como os minutos se tornam importantes, os sonhos, os silêncios, tu…

Sem comentários: