julho 29, 2008



Existem anos da nossa vida em que até os aniversários são cobertos por mantos invisíveis como teias, tecelagens de aranhas que não vemos mas existem. A vida é uma sucessão de factos que não funcionam como os torneios em que podemos evitar todos os obstáculos... Existem muitos contra os quais temos que ir, numa passada calma, e atravessá-los como se fossem paredes invisíveis mas que nos deixam marcas indeléveis... Não há detergentes para a alma a não ser o tempo. Esse tempo que nos ensina a pouco e pouco a palavras aceitação. E que nos ensina que a vida é para viver assim, desta maneira... momentos felizes e outros menos felizes...
A vida permite-nos apenas que nas alturas piores tenhamos evasões fugazes para o reino do desconhecido, buscando respostas, ou que nos passeemos nos jardins do passado, nas praias cobertas por conchas e gaivotas, sós, sempre sós. E é essa mesma vida que acredita que nas nossas deambulações iremos aprender a seguir em frente.

Este ano a vida colocou-me mais uma questão. E na tentativa de encontrar a sua resposta adiei outras situações. Isso fez com que não pudesse agradecer a todos que me desejaram um bom aniversário ou que por aqui passaram por razões que me são muito caras.

Agradeço a todos!

E agradeço também aos que, agora em silêncio, me permitiram existir. Esta delicada mescla de ADN que sei que sou, com um coração que alberga também uma alma.