agosto 11, 2005

"Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro."

Conheço o livro há anos. Cresci a observar-lhe a capa nas estantes da minha infância.

Mas sou teimosa. Porque todos o liam, teria eu que o fazer também? Nunca gostei de banais cópias de atitude. Dos porque sim e porque não. De fazer de conta que me interessa só porque meio mundo já viu, leu ou gostou. Sou teimosa. Sabia, sim, que era uma história bela. Como quem sabe à partida que um chocolate sabe bem.

Falava de cativar. E assim fiquei. Algumas páginas nunca lidas, resumidas à palavras cativar e amizade.
Esse sentimento fingido por tantos. Enquanto compram o livro que ninguém pode deixar de ler. Rituais, dizia eu...

Um dia destes, enviaram-me uma simples página, com uma pergunta simples. E dei por mim a encantar-me com o realismo das palavras. Hoje comecei a lê-lo. Sem rituais.
Porque me cativaram.



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(...) - Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?

- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. (...)

..........................................................in O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry

15 comentários:

Tão só, um Pai disse...

Pois é, cativar. Se calhar, será a razão porque vamos a uns blogs e não a outros. Vá, beijinhos.

Amita disse...

Olá Raquel. De fugida passo para te ler e me vou (o trabalho não perdoa)mais aliviada por ver um esboço de luz. Bjinhos e um bom dia para ti

Anna^ disse...

Engraçado....afinal és como eu pensei:Pensas por ti e não pelos outros...não és do tipo "Maria vai com as outras" e assume isso...c frontalidade e sem falsos rodeios.
Apesar de achar q és uma pessoa complicada(desculpa a sinceridade),és tb muito transparente...se calhar é por isso q me pareces complicada ;)
Mas cada dia gosto mais de te ler!

Fica bem e bjokas ":o)

A.Mello-Alter disse...

Eu li pela primeira vez na versão original.
Há pouco tempo enviaram-me o livro em formato electrónico, que te enviei.
Para quem estiver interessado, o meu blog edita um capítulo cada domingo.
Tambem posso enviar o livro a quem o pedir.

Conceição Paulino disse...

ri e sorri. Tenho tido amesma atitude perante outras coisas na vida k são tomaas omo obrigatórias. Não com este livro. Se calhar pq não calhou. Bjs e ;)

agua_quente disse...

Até entendo a tua atitude mas este livro, para mim, não é só um livro. É uma fonte de sabedoria e serenidade. Por isso já nem sei quantas vezes o li. Beijos

Daniel Aladiah disse...

Querida Ana
É precisamente isso que nos distingue uns dos outros... uns queremos bem (cativam-nos), enquanto os outros são desconhecidos e nisso todos iguais.
Um beijo
Daniel

Å®t Øf £övë disse...

Raquel,
Sou exactamente como tu.
Também detesto andar por ondas, e muitas vezes até tenho a noção que sou demasiado do contra.
Temos o exemplo do Código Da Vinci.
Foi tão grande a euforia,e tão desmedida, que eu acabei por não o ler até hoje.
Sei que um dia o vou fazer,porque tenho vontade,mas só o farei quando ninguém se lembrar dele ou falar nele.
Este livro que começaste agora a ler também é um pouco isso. Simplesmente já tem muito mais tempo e a onda já passou à muito.
Também já o li, e acredita que vale mesmo a pena.
Boa leitura durante o fds.
Bjs.

Anónimo disse...

Mais uma que ainda não leu o Código. Entendo-te perfeitamente, Aninhas. Ando sem tempo (e sem outras coisas) mas vim deixar-te um beijinho de saudades e felicitar-te pelos belíssimos textos. Já to disse e tu sabes, não é? Beijocas, linda.

Mimi :)))

JMTeles da Silva disse...

Aprendi à minha custa o que poderia ter lido no Petit Prince.
Paciência! Sou mais um murcon...
Bjinhos.

Anónimo disse...

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar...a gente corre o risco de chorar um pouco, quando se deixou cativar. E acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua, é a única no mundo. É simples, o segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.

//(~_~)\\ um beijo da Titas

Anónimo disse...

Os teus desejos são ordens, fióta!
Já lá está à tua espera.

§(~_~)§ beijo da Afrodite

trintapermanente disse...

obrigada pela lembrança. aparece mais vezes :)

Raquel Vasconcelos disse...

"Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo"

"O essencial é invisível para os olhos."



Existe uma altura certa para tudo...

Anónimo disse...

Pois é... este foi um dos livros, que não li na minha adolescência (queria outra literatura...) mas que todas as noites, lia um pouco com a minha filha a fazer perguntas e eu a responder... não sei se lhe soube transmitir toda a essência do livro, mas ainda hoje, de vez em quando, ela gosta de ler umas passagens ao irmão...

"Tu te tornas eternamente responsável, por aquilo que cativas"...

E, porque me cativaste, eu estou aqui...

Um abraço terno e um bom domingo...:)