janeiro 06, 2006


Coloco-te no centro do palco
e articulo-te falas, cenas e actos,
domino-te mentalmente
porque tenho essa tendência.
Sou o esclavagista moderno,
não reparo em cores,
nem reverencio dores,
arranco-te a ilusão,
arraso-te, derroto-te.

És o peão principal
do meu xadrez animal.
O meu xeque-mate ideal.
Não me caias nas garras,
tenho-as por demais afiadas.
Sujar-me-ias o tapete novo.
Não me olhes nos olhos.
Só o teu olhar sobreviveria intacto.
Pertenço ao lodo e ao pântano.
Sou o homem que nunca viram.
O carrasco da própria morte.

Quem sabe... a tua sorte?

24 comentários:

fotArte disse...

Olá Ana,
Obrigado pelos contactos cedidos através do «plaxo». És um anjo ;)

fotArte disse...

Ora BIBA,
Cá estou eu novamente, para desejar um bon fim-de-semana ;))

Su disse...

quem sabe... a minha sorte!
gostei muito
jocas maradas

Nilson Barcelli disse...

Já previa que quando te virasses para a poesia irias escrever mais ou menos assim.
Com violência, no limite. Que com o tempo deverá diminuir, depois de teres sacudido muitas coisas que tens ainda para dizer.
E isso é bom, muito bom. Continua, porque este teu primeiro (?) poema, apesar de bom, promete muito mais.
Beijinhos.

Anónimo disse...

mais uma vez genial! (o que já não nos surpreende)

Dás um pulito lá à casota?

Afrodite disse...

não resisti... sabes op que isto quer dizer?

Anónimo disse...

também eu não resisti, diferente, porém!

Mas, juntando os dois, apareces tu: inteira e mais-que-perfeita!

Thiago Forrest Gump disse...

Sorte. Não acredito mais nela!

Art&Tal disse...

os teus meninos dormem até tarde.

em relaçao ao poema...

bom, já te disse o que penso sobre

o que fazes.

Anónimo disse...

E eu no centro do mundo
Lá onde a morte inverna
O ventre Eterno inundo
Rasgo mais e mais mundo
Das garras do meu esperma.

Anna^ disse...

Poema muito forte,até um bocado duro nas palavras usadas...mas é issso q o torna belo.
Ahhh Raquel,tanta coisa guardada aí dentro para nos extasiar!

Bjoka grande ":o)
Uma boa semana

Daniel Aladiah disse...

Querida Ana
Por estes dias tenho lutado contra tudo o que seja morte... sinto um poder insuspeitado, mas que me condiciona em tudo o que faço. Serei o seu carrasco?
Um beijo
Daniel

Conceição Paulino disse...

poderoso, forte. o ritmo aumenta-he a força e torna-se alucinante entranhando-se em nós. falando de coisas k normalmete queremos ignorar.
Boa semana. bjs de luz e paz e;)

Wakewinha disse...

Tanta dureza nas tuas palavras! Sem dúvida uma forma de declaração diferente...

Unknown disse...

Olá minha querida Raquel, tens um poema muito duro um pouco mesmo frio, assusta-me esa dureza. Beijinhos amiga

Que Bem Cheira A Maresia disse...

Às vezes gostava de escrever com esta dureza e este realismo em forma de poesia. Gostei muito!

Beijo da Lina/MAr Revolto

Folha de Chá disse...

«Somos todos actores, neste palco que é a vida». Gosto desta frase. E ao ler o teu poema, lindo, lembrei-me dela.

Thiago Forrest Gump disse...

Quando digo que não acredito na sorte, é em forma de metáfora. Sei que ela existe, mas para mim, é uma mentirosa. Acredito muito mais em meu esforço.


Beijinhos.

trutasalmonada disse...

é a 1ª vez que cá venho e...ainda estou a digerir o que li...apanhou-me de surpresa...gosto...quero mais

Lua disse...

Aninhas que força! Quanta alma aqui vertida! Apetecia continuar a ler-te neste poema.

"Não reparo em cores". Elas na verdade devem ser sentidas e não reparadas.

Entrei e sai apenas para te deixar um grande beijo e desejos de um maravilhastico ano novo.

GNM disse...

Está mesmo muito bom!
Gostei imenso!

Bom fim de semana...
Fica bem e sorri!

Conceição Paulino disse...

encanto-me e reeencanto-me com a spalavras e os grafismos.
Bom domingo.Bjs e;)
P.s - sabes k a BlueShell se despediu?
Fiquei triste

Anónimo disse...

«o carrasco da própria morte»...forte forte...

Å®t Øf £övë disse...

Raquel,
Já tinha lido estas tuas palavras no blog da Titas. Está realmente espectacular o que escreveste.
Bjs.